Hoje, farei algo diferente para não tornar a leitura do blogue uma tarefa aborrecida. Irei proceder à analise dum cartaz publicitário de uma série editada em 1938 denominada de "A Lição de Salazar" criada pelo Secretariado da Propaganda Nacional:
Ao observar o cartaz podemos tirar várias conclusões, acerca da ideologia política em Portugal - o fascismo -, bem como a maneira que Salazar e, o Estado Novo, queria que os portugueses pensassem, agissem, etc.
Para Salazar existiam três valores que considerava fundamentais. A devoção a Deus, à Pátria e à Família. Ora, além de estes três valores estarem bem explícitos no canto inferior esquerdo do cartaz, também, podemos observá-los em pequenos pormenores.
Comecemos por Deus, ou a devoção à religião Cristã:
No meio da modesta casa, vemos uma espécie de mesa encostada à parede, nessa mesa está assente um crucifixo, símbolo explícito da religião Cristã. Se repararmos bem podemos concluir que o crucifixo está a abençoar a casa e a família, mostrando o poder de Deus perante a sociedade.
Acerca da pátria, temos dois pormenores que mostram a importância desta.
A primeira, e mais notória, é a farda do rapaz da Mocidade Portuguesa. Todos os rapazes e raparigas eram obrigados a frequentar a mocidade portuguesa e, quem não o fizesse iria ter problemas com o Estado.
O segundo pormenor, é pouco visível e, à primeira vista não se repara. Se olharmos pela janela aberta na casa, reparamos num castelo onde está hasteada a bandeira portuguesa. Apesar de ser um pormenor bastante pequeno é a melhor representação do valor que a pátria assumia para o Estado Novo.
Finalmente, mas não menos importante, a Família.
Esta, na minha opinião está presente em todo o cartaz. Desde a mulher na cozinha com os tachos e as panelas, é uma autêntica dona de casa, como Salazar queria que todas as mulheres fossem.
A rapariga a brincar com os brinquedos - que não passam de mini-tachos e utensílios próprios das lides domésticas -, o rapaz a estudar , e o pai a figura que todos os outros membros da família recebem com respeito e alegria. Apesar de simples o pai transmite uma autoridade, fazendo lembrar um pouco o próprio Salazar.
O pai acabou de chegar do trabalho, um trabalho agrícola visto a enxada, mostrando assim, que Portugal na época era um país praticamente agrícola, pouco industrializado e, assim sendo, com uma índole bastante conservadora apoiada essencialmente por António de Oliveira Salazar.
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